Saturday, August 24, 2024

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PLANEJAMENTO E FORMAÇÃO CONTINUADA
SÃO CHAVES PARA O ENSINO DE INGLÊS


Existem desafios comuns no ensino-aprendizagem do Inglês para quem está no Ensino Fundamental? Especialistas indicam caminhos.

Ruam Oliveira
Parceria com WINGS
19 ago. 2024


Aprender um novo idioma tem suas dificuldades e facilidades. Conhecer regras gramaticais e conseguir ampliar o vocabulário estão entre algumas das principais dificuldades de quem estuda uma língua estrangeira.
Apesar das variações contextuais e das especificidades de cada aluno, alguns desafios no ensino da Língua Inglesa são comuns a todos. No Ensino Fundamental, por exemplo, embora o contexto possa mudar de uma escola para outra, certos problemas persistem.
“Os alunos frequentemente enfrentam dificuldades por diferentes motivos, como falta de vocabulário, gramática, pronúncia e falta de oportunidade de praticar com nativos ou falantes de Inglês”, explica Ruymara Almeida, consultora educacional com experiência no ensino de Inglês nas redes públicas e particulares.
Ela exemplifica que, sem ter um repertório adequado, os estudantes terão mais dificuldade em se comunicar, compreender, ler e escrever. Por isso, uma das frentes a serem investidas é a do vocabulário, que vai garantir que crianças e adolescentes se desenvolvam ainda mais ao aprender a Língua Inglesa.
André Coelho, professor de Inglês e assessor pedagógico da Wings, destaca que obstáculos como falta de acesso ao idioma no dia a dia e formação adequada para os professores também são aspectos recorrentes à etapa de ensino – sem contar problemas mais amplos e ainda comuns no dia a dia da escola.
“Dificuldades de aprendizagem não diagnosticadas, como violência e bullying, e a falta de apoio familiar também impactam o desempenho escolar. Currículos engessados e problemas de disciplina em sala de aula agravam esses desafios, tornando o ambiente educacional menos eficaz e relevante”, detalha.

Pistas para o cenário
O educador sugere que a persistência desses problemas no Ensino Fundamental pode estar relacionada à falta de políticas públicas educacionais integradas e eficazes. “Muitas vezes, as escolas enfrentam limitações orçamentárias e falta de apoio governamental, o que dificulta a implementação de programas de formação para professores e a melhoria da infraestrutura”, afirma.
Uma outra pista que pode causar esses problemas comuns, segundo André, é a diversidade socioeconômica dos estudantes, que por sua vez leva a desigualdade no acesso a recursos.

Contato com o idioma
Praticar um segundo idioma requer contato constante, seja por meio de músicas, filmes e leituras. Quando a turma raramente conversa ou faz trocas em Inglês, perde a chance de se sair tão bem quanto poderiam. Isso inclui a dificuldade em aprender a pronunciar corretamente.
Tanto André quanto Ruymara, ouvir pouco e falar pouco são dois grandes pontos de atenção. “Isso limita a capacidade dos alunos de se comunicarem efetivamente em Inglês. Outro desafio significativo é a desigualdade de nível entre os alunos; turmas compostas por estudantes com diferentes proficiências dificultam a aplicação de um ensino uniforme e eficaz”, ressalta André.

Formar e acompanhar os professores

Uma estratégia para ampliar o processo de ensino-aprendizagem da Língua Inglesa nas escolas é investir na formação continuada dos professores. André reforça que cursos e oficinas para aprimorar a prática do corpo docente são fundamentais para lidar com esses desafios.
“Considerando o baixo domínio de Inglês da população em geral, é compreensível que seja difícil formar bons professores do idioma. Isso resulta na utilização de abordagens e recursos ineficazes na maioria das escolas, o que agrava as dificuldades inerentes ao aprendizado de qualquer língua, incluindo o Inglês”, acrescenta Ruymara.
Quanto a isso, André destaca: “O planejamento colaborativo entre professores é essencial, permitindo a troca de experiências e estratégias. A capacitação em ensino diferenciado ajuda a atender às diversas necessidades dos alunos”.

Como os alunos veem o idioma
Nem sempre as dificuldades no ensino de idiomas estão relacionadas a estruturas inadequadas ou à baixa formação docente. Em muitos casos, os professores relatam a falta de engajamento dos alunos, que não veem sentido em aprender um novo idioma – André costuma ouvir esse tipo de depoimento em muitas de suas formações com educadores. O que fazer para reverter esse quadro?
A professora Ruymara tem uma recomendação. “Acredito que o que se pode fazer de maneira universal é preparar os professores para criarem uma percepção mais positiva em relação ao Inglês junto aos alunos, mostrar as vantagens cognitivas e sociais de quem tem um bom domínio da língua. Por exemplo, ao estudar e praticar duas línguas, você melhora sua habilidade de memorizar e desenvolve mecanismos de tomada de decisão mais ágeis”, exemplifica.
Além disso, a educadora sugere que os professores expliquem as dificuldades normais do aprendizado de uma língua estrangeira, incentivando a resiliência dos estudantes para que não desistam.
André também destaca que realizar avaliações diagnósticas pode ajudar a identificar os níveis de proficiência dos alunos, permitindo que o ensino seja adaptado às suas necessidades específicas. Além disso, integrar conteúdos relevantes e de interesse dos alunos ao ensino de Inglês torna o aprendizado mais significativo e motivador.
Na esteira das estratégias que surtem efeito para essa faixa etária, o uso de recursos diversificados é essencial, como por exemplo materiais didáticos variados, jogos, vídeos e aplicativos que ajudem a aula a ficar mais engajante e atrativa. “Também é importante focar na prática oral, criando oportunidades para que os alunos se comuniquem por meio de debates, dramatizações e atividades em pares, aumentando assim sua fluência”, conclui André.

Práticas docentes a serem replicadas
Confira as sugestões dos entrevistados para aumentar o estímulo entre professores e alunos e, assim, incentivar o aprendizado da Língua Inglesa:
  • Planejamento colaborativo: a colaboração entre professores é fundamental para a troca de experiências e estratégias.
  • Capacitação em ensino diferenciado: formação especializada em ensino diferenciado ajuda a atender às diversas necessidades dos alunos.
  • Integração de tecnologia: o uso de tecnologia nas aulas torna o aprendizado mais dinâmico e interessante.
  • Sistema de retorno (feedback) contínuo: implementar um sistema de feedback contínuo permite que os alunos expressem suas dificuldades, possibilitando ajustes no ensino.
  • Ambiente positivo: criar um ambiente onde o erro é valorizado incentiva a participação ativa dos alunos.
  • Parcerias com a comunidade: colaborações com a comunidade local enriquecem o aprendizado com experiências práticas.
  • Avaliações formativas: utilizar avaliações formativas possibilita monitorar o progresso dos alunos e ajustar o ensino conforme necessário.

Adaptado de: https://porvir.org/planejamento-formacao-continuada-chaves-ensino-de-ingles/. Acesso em: 23 ago. 2024. © Copyright Porvir. R. Dona Germaine Burchard, 421, Água Branca 05002-061 - São Paulo, SP - Brasil. Todos os direitos reservados.

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