Friday, June 17, 2022

ELT, Gender and Social Inclusion

QUAL O PAPEL DO INGLÊS
NA REDUÇÃO DE DESIGUALDADES?


A Língua Inglesa pode apoiar a redução de desigualdades. Leia este texto e descubra como isso é possível.

OBSERVATÓRIO ENSINO
DA LÍNGUA INGLESA
15 jun. 2022


De que forma a Língua Inglesa e a equidade étnico-racial podem se correlacionar? Será que a escola pode ajudar a sociedade na redução de desigualdades?
Tomando como base os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, são necessárias metas e ações para estabelecer uma educação de qualidade, promover a igualdade de gênero e reduzir as desigualdades.
Como isso pode ser feito na prática? Confira neste texto de que maneira você pode desenvolver o ensino de Inglês com abordagens que enfocam a inclusão social.

Qual é a importância do ensino do Inglês nas escolas?

O ensino da Língua Inglesa em sala de aula vai muito além da função linguística ou de conhecer novas culturas — também trata de desenvolver e preparar estudantes para resolver problemas.
De acordo com o artigo O Cérebro Bilíngue: Processos Cerebrais durante a Aquisição de Linguagem, de Rafaela Bepe Gabriotti, pós-graduada em neurociência aplicada à educação, aprender outra língua expande a mente.
Isto é, as crianças e os adolescentes que são inseridos no ensino de Inglês criam uma consciência fonológica, além de desenvolverem funções executivas importantes.
Diante da relação entre símbolos e sons, do aprendizado de novos vocabulários e da compreensão gramatical, desenvolvemos novas percepções cognitivas e linguísticas.
Além disso, o Inglês como componente da Educação Básica colabora com o cumprimento dos ODSs 4 (educação de qualidade) e 10 (redução das desigualdades).

De que maneira o Inglês pode contribuir com a redução de desigualdades?

Além da importância do ensino do Inglês ao desenvolvimento cognitivo, é possível, com conhecimentos da língua, ter acesso a novas oportunidades.
A seguir, você verá alguns dos principais benefícios dessa aprendizagem do ponto de vista da equidade, levando diversas questões sociais e culturais em consideração.

Abre portas para o futuro
Quando o ensino é libertador, ou seja, é aplicado de forma a abrir portas no dia a dia dos alunos, é possível transformar a vida das pessoas, dar autonomia a estudantes e motivação para aprendizagem.
O ensino de Inglês pode contribuir para o alcance de uma carreira diferenciada, proporcionando, assim, novos caminhos no mundo do trabalho para se conquistar uma vida digna, com uma ocupação em condições favoráveis que proporcione qualidade de vida.
Nesse contexto, é perceptível que o Inglês está presente em múltiplos campos profissionais, entre eles a economia, tecnologia da informação, administração, psicologia, engenharia, design, contabilidade e turismo.

Ajuda a respeitar as diferenças

Com um ensino acolhedor, torna-se possível despertar a empatia nos estudantes e fazer com que eles compreendam a importância das diferentes identidades culturais, raciais e de gênero na sociedade.
A Língua Inglesa pode ser usada para ampliar o repertório cultural. Quando o Inglês é ensinado com perspectivas culturais e raciais em conta, faz com que reconheçamos outras realidades.
Com isso, podemos representar e dar visibilidade para grupos minorizados, bem como sensibilizar a respeito de questões humanas e lutar pela redução de desigualdades.
Conforme o artigo “Língua Inglesa e equidade étnico-racial: por que ainda estamos tão distantes?, escrito por Mariana Vieira para o Observatório para o Ensino da Língua Inglesa:

“Mas se o mercado evolui e o ensino não, a barreira para estudantes ainda com pouca formação em língua adicional cresce. Mais do que ampliar o acesso a melhores empregos e ascensão financeira e social, o Inglês pode ser um convite ao debate coletivo. ‘Saber Inglês potencialmente aumenta as chances de brasileiros se engajarem no diálogo mundial sobre possíveis soluções para problemas que afetam falantes de diferentes línguas, como crises climáticas e a preservação do planeta, mas que compartilham dos efeitos – muitas vezes, devastadores, de decisões que acontecem em palcos onde essa língua é privilegiada’, contextualiza Telma. ‘Ter mais brasileiros falando Inglês dá amplitude às suas vozes, tão necessárias tanto para celebrar nossas virtudes como para nos engajarmos, junto com outros, para discussões e ações que requerem a participação de muitos’, completa ela. Quantos ainda estão vendo de fora?”

Melhora as habilidades de comunicação
Na vida adulta, sabemos muito bem o quanto se comunicar adequadamente com as pessoas faz a diferença, principalmente para não gerar interpretações dúbias e problemas de compreensão.
Com o aprendizado de uma língua adicional, pode-se melhorar a comunicação entre as pessoas e, com isso, facilitar tarefas práticas.
É excelente também para praticar a habilidade de escutar o que as pessoas falam, sendo um recurso que pode ajudar bastante na inteligência emocional.

Quais são as práticas para sala de aula?

Os professores de Inglês são parte da transformação necessária, já que concretizam aquilo que as políticas educacionais estabelecem.
Se você quiser saber como adotar medidas práticas para elevar a sua forma de ensinar, acompanhe as dicas abaixo que podem dar um norte sobre a questão.

Desenvolva questões de igualdade de gênero
Trabalhar com aulas que levantam a importância da igualdade de gênero empodera estudantes, cria vínculos de aprendizado e gera acolhimento.
Dentro do contexto do ensino de Inglês, aborde questões como desigualdade de gênero, feminismo, estereótipos e preconceitos etc.
Leve a diversidade para a sala de aula por meio de debates, a fim de propor reflexões sobre questões comportamentais e construir posicionamentos empáticos.

Aplique o letramento racial crítico
Relembre os seus tempos de estudante: quantas vezes você viu representatividade racial nos livros didáticos ou nos conteúdos abordados em sala de aula? Como isso se dá hoje em dia?
Pois bem, o letramento racial crítico é relevante para compreender a relação entre grupos minorizados e a Língua Inglesa, de modo que outros contextos sejam considerados.
Por meio de filmes, séries, livros, peças de teatro, programas de TV e demais formas, mostre referências negras em sala de aula e como são os seus falares em Inglês. Tematize, por exemplo, o Inglês como língua oficial e as culturas de países africanos como a Nigéria, a África do Sul, entre outros.

Realize oficinas de identidade de gênero e sexualidade
Há muitos questionamentos feitos na infância e na adolescência que são importantíssimos na vida adulta, que levam em conta o nosso entendimento como pessoa.
Por meio do aprendizado de Inglês, surgem oportunidade de trabalhar questões de identidade de gênero e orientação sexual, contribuindo para redução de desigualdades.
Faça oficinas e trabalhos que envolvam pautas presentes na sociedade, pois tais ações ajudam a criar um senso crítico para não julgar a natureza de cada pessoa.

Divida o ano letivo em projetos temáticos

Se possível, junto ao corpo docente da escola, promova trabalhos interdisciplinares baseados em projetos, propiciando aos estudantes o exercício de diferentes habilidades, a compreensão oral e de leitura e a produção escrita e verbal.
Ao longo do ano, desenvolva leituras afrocentradas, pinturas, poesias, seminários, feiras culturais, peças de teatro, memes e várias outras formas de aprendizagem. Para isso, é possível ter como fonte de inspiração o Mapeamento Boas Práticas em Gênero e Raça no Ensino da Língua Inglesa.
Peça que os estudantes desenvolvam um projeto que seja familiar e representativo, de modo que a aprendizagem do Inglês fique mais fácil de se reconhecer no dia a dia.
Por fim, perceba que a redução de desigualdades na educação ocorre quando o ensino é para todas as pessoas, porque, assim, é possível garantir a educação como um direito básico. Com isso, é possível alcançar novas oportunidades e maior qualidade de vida.

Temas: Inclusão; Ensino de línguas; Diversidade; Gênero e inclusão social; Processo de ensino-aprendizagem; Atividades pedagógicas

Adaptado de: https://www.inglesnasescolas.org/headline/reducao-de-desigualdades/. Acesso em: 17 jun. 2022. © 2022 British Council. Observatório Ensino da Língua Inglesa. Todos os direitos reservados.

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