Monday, August 22, 2022

ELT and Proficiency

TUDO SOBRE A PROFICIÊNCIA EM INGLÊS
PARA DOCENTES E ALUNOS DO
ENSINO MÉDIO


Entenda diferentes perspectivas sobre o conceito de proficiência em Inglês, bem como a visão desse processo para estudantes do ensino médio e docentes.

OBSERVATÓRIO ENSINO
DA LÍNGUA INGLESA

18 ago. 2022



Quando o assunto é o domínio da Língua Inglesa, é comum que pessoas se questionem sobre seu real nível no idioma. Nesse sentido, muitos ficam em dúvida sobre seu grau de proficiência em Inglês e quais são os parâmetros que definem a evolução do aprendizado nessa língua adicional.
De fato, estágios como básico, intermediário e avançado podem parecer um tanto abstratos, além de variarem entre escolas, instituições de ensino e cursos.
No mais, é preciso saber que existem formas diferentes de medir e definir parâmetros de níveis de aprendizagem do idioma, mostrando que o conceito de proficiente é mais amplo e complexo do que se imagina.
Neste post, você vai entender mais sobre o conceito de proficiência em Inglês e sua relevância para docentes e estudantes do ensino médio. Continue a leitura para saber mais!

Um panorama do conceito de proficiência

Se analisarmos dicionários, veremos que a palavra proficiência está ligada a termos como capacidade, competência e compreensão.
Partindo dessa definição, podemos dizer que um indivíduo proficiente tem um determinado nível de conhecimento e habilidade em um assunto.
Assim, determinar o grau de proficiência em Inglês envolve avaliar habilidades como compreensão oral, leitura, fala e escrita no idioma. Para isso, é possível usar como referência diferentes parâmetros e diretrizes.
Uma das mais conhecidas, e amplamente adotada por instituições, são os níveis do Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas (CEFR). Vamos entender melhor como ele funciona a seguir.

CEFR — Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas

O CEFR (Common European Framework of Reference for Languages, na sigla em inglês), conhecido também como Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas, é um padrão internacional que tem o objetivo de descrever competências linguísticas.
Sua criação é resultado de um projeto de anos que começou no início dos anos 90, por iniciativa do governo federal suíço. O projeto cresceu e o documento final foi desenvolvido pelo Conselho da Europa e lançado em 2001.
A finalidade desse projeto era facilitar o ensino de línguas e a avaliação de competências, permitindo que instituições, docentes, empregadores e demais atores sociais pudessem facilmente comparar seus níveis de estudo e certificações independentemente dos países onde estivessem.
Por isso, o CEFR é considerado um marco no ensino e aprendizagem de línguas adicionais, visto que seus parâmetros podem ser facilmente adaptados a diferentes contextos e idiomas.
Aos poucos, o CEFR foi ganhando notoriedade e credibilidade, passando a ser adotado em diversas instituições em regiões fora da Europa para o planejamento de cursos e conteúdo programático e também para nortear o desenvolvimento de materiais didáticos a fim de atender às competências de cada nível.
Para tal, o documento, disponível no site do Conselho da Europa, define uma escala com seis níveis que vão do A1 (iniciantes) ao C2 (falantes com domínio pleno da língua). Entenda cada nível a seguir.

A1 (básico)
Esse nível marca as primeiras experiências de ensino e aprendizagem do estudante com o idioma. Logo, nesse grau da escala, determina-se que alunos e alunas devem ser capazes de:
  • compreender e usar expressões conhecidas e cotidianas, frases e perguntas simples relacionadas a cumprimentos e saudações, por exemplo;
  • se apresentar e apresentar outras pessoas, fazendo perguntas e dando respostas ligadas a conteúdos de aspectos pessoais, como nome, idade, profissão, local onde mora etc.
  • se comunicar de forma simples e compreender um interlocutor que fale de forma lenta e simples.
A2 (básico)
Mais adiante, aqui é esperado que a pessoa consiga:
  • compreender frases isoladas e expressões relacionadas a temas específicos (por exemplo, alimentação, família, compras, etc.);
  • falar e trocar informações sobre tarefas da rotina e assuntos habituais;
  • descrever e explicar, de forma simples, sua formação, meio circundante e temas ligados a necessidades imediatas.
B1 (intermediário)
O estudante dentro do nível B é considerado independente em relação ao seu domínio do idioma. No B1, o indivíduo deve ser capaz de:
  • se expressar de forma clara e correta sobre assuntos familiares (trabalho, família, lazer, rotina, etc.);
  • lidar com a maioria das situações cotidianas comuns na região da língua-alvo (comprar comida, pedir informações, etc.);
  • produzir um discurso simples e correto sobre assuntos que são do seu interesse ou familiares;
  • descrever experiências, sonhos, eventos e planos futuros;
  • expor razões, opiniões e justificativas sobre algum tema ou projeto.
B2 (intermediário)
No caminho para um domínio mais confiante do idioma, no B2, a pessoa deve:
  • compreender textos complexos e assuntos abstratos, discussões técnicas e mais;
  • se comunicar com mais espontaneidade, sem um elevado grau de tensão;
  • se expressar de forma clara sobre uma ampla variedade de temas, além de conseguir expor sua opinião e debater temas atuais e/ou polêmicos, expandindo seu discurso.
C1 (avançado)
O estudante C1 é capaz de:
  • compreender uma ampla gama de textos originais, longos e complexos, conseguindo interpretar passagens e identificar significados implícitos;
  • se comunicar de forma fluente e espontânea;
  • ter flexibilidade com o idioma, usando-o de forma eficaz em diversos contextos, formais e informais;
  • fazer um discurso ou participar de um debate sobre temas complexos, articulando uma fala clara e bem-estruturada.
C2 (avançado)
Como último nível do CEFR, o C2 define que um falante proficiente é aquele que:
  • compreende, sem esforço, tudo ou quase tudo que ouve ou lê;
  • é capaz de resumir informações de forma oral ou escrita, reconstruindo fatos e argumentos coerentemente;
  • se expressa espontaneamente com fluência e exatidão.

O conceito de proficiência para o programa UK-Brazil Skills for Prosperity

O programa UK-Brazil Skills for Prosperity parte de um novo ponto de referência e pressupostos para refletir sobre o conceito de proficiência.
Aqui, existe um afastamento da concepção de que a proficiência em Inglês se define como um conceito fixo e binário, ou seja, um sujeito é proficiente ou não.
Da mesma forma, o projeto enxerga a necessidade de se aproximar de um conceito de proficiência em seu sentido técnico, em vez de tomar como referência modelos de falantes nativos.
Portanto, o Skills for Prosperity pauta seus níveis de proficiência de acordo com o que estudantes e docentes são capazes de fazer com o idioma. Em outras palavras, o conceito gira em torno de situações comunicativas e propósitos que envolvem o uso da língua.
Logo, no lugar de “a pessoa tem proficiência em Inglês”, temos “a pessoa tem proficiência em Inglês para participar de uma entrevista de emprego e descrever sua experiência profissional”.
Em suma, em todos os níveis, o conceito de proficiência se baseia em situações comunicativas específicas. Em outras palavras, é a língua como prática social.

A proficiência em Inglês no ensino médio


A importância do Inglês no ensino médio se verifica tanto no presente como no futuro de estudantes.
Ou seja, para além das questões relacionadas ao futuro profissional, a aprendizagem de Inglês é um instrumento essencial para a realidade e vida prática de jovens no presente.
Dessa forma, o idioma contribui para ampliar o repertório sociocultural de alunos e alunas, bem como as possibilidades de comunicação no seu dia a dia. Além disso, é parte de uma formação integral do indivíduo, que poderá se tornar um cidadão global, respeitando e aprendendo com outras culturas sobre essas últimas e sobre si mesmo
É inegável que o conhecimento do Inglês abre portas para o futuro, equipando alunos e alunas com mais autonomia e conhecimento para inclusive se preparem para o mundo do trabalho.
Contudo, ao mesmo tempo, aprender Inglês traz benefícios para estudantes aqui e agora, permitindo que consigam realizar trocas culturais relevantes que ajudem a respeitar as diferenças e desenvolver habilidades socioemocionais, como a inteligência emocional.
No mais, níveis de proficiência em Inglês colaboram para que alunos e alunas aprimorem sua capacidade de expressão e comunicação, visto que um foco importante das atividades é compreender o que o outro diz e tornar a comunicação possível.

O cenário e as expectativas de proficiência para estudantes e docentes do ensino médio

Diante do que foi exposto sobre o conceito de proficiência em Inglês, analisando o contexto real de estudantes e docentes no ensino médio público brasileiro, é preciso pensar na manutenção de expectativas em relação ao nível de Inglês que alunos conseguem atingir.
Estudos e propostas do programa UK-Brazil Skills for Prosperity apontam a necessidade de uma carga horária mínima de seis aulas semanais de Língua Inglesa, sendo uma aula correspondente a um tempo de 50 minutos.
No entanto, é sabido que essa não é a realidade de muitas escolas, nas quais muitas turmas têm apenas uma ou até duas aulas de idiomas por semana.
Nesse sentido, a carga horária é insuficiente para atingir a expectativa adequada de proficiência no ensino médio, que corresponderia à consolidação do nível B1.
Assim, a proposta do Skills for Prosperity considera a carga horária de seis aulas semanais, totalizando 150 horas em um primeiro módulo e 200 horas distribuídas por outros cinco módulos.
O primeiro módulo estaria dedicado a revisar, consolidar e expandir conhecimentos do nível A2. Já os outros cinco módulos estariam focados em introduzir e trabalhar conteúdos do nível B1.
Como resultado, uma expectativa básica de proficiência em Inglês no ensino médio seria pelo menos a finalização do nível A2, enquanto uma expectativa adequada, como mencionado anteriormente, seria a consolidação do B1 e a entrada de estudantes no B2.
Aqui, vale reforçar que a carga horária e as expectativas de níveis de proficiência do CEFR são apresentadas como guias e propostas, e não como uma fórmula pronta.
Afinal, a aprendizagem de idiomas é um processo individual e diferente para cada pessoa, além de ser permeada por outros fatores, como materiais e estrutura disponíveis e ainda a desigualdade na oferta de aulas do idioma nas escolas regulares pelo país.

Proficiência em Inglês em relação a docentes de Língua Inglesa

Segundo dados de um estudo realizado pelo Observatório para o Ensino da Língua Inglesa, apenas 29,42% dos professores de Inglês em instituições públicas e privadas possuem a formação adequada, ou seja, têm habilitação em Língua Inglesa.
Como parte dessa realidade, a proficiência em Inglês é também um desafio para docentes, visto que uma parcela significativa não tem domínio do idioma, um requisito para se ministrar aulas desse componente curricular.
Mais resultados do estudo apontam que, apesar de 22,3% desses docentes considerarem seu domínio da língua avançado, apenas 5,9% conseguiram atingir níveis como B2, C1 e C2. A ampla maioria, 40,6%, alcançou somente o nível A1 do CEFR.
Esses números reforçam a urgência de políticas e estratégias para formação inicial e continuada, com base na demanda de atualizar e desenvolver conhecimentos que equipem docentes para lidar com os conteúdos da disciplina.
Para estar em alinhamento com a proposta do programa UK-Brazil Skills for Prosperity, no qual a expectativa de proficiência em Inglês para alunos do ensino médio é finalizar o B1 e entrar no B2, o desejável é que docentes da disciplina atinjam, no mínimo, um nível de proficiência B2, para poderem mediar aulas e guiar os alunos no seu processo de ensino e aprendizagem.
Contudo, os dados sobre a percepção e realidade de proficiência dos professores citados acima mostram que as expectativas ainda estão distantes. Dessa forma, esse contexto reforça a importância e necessidade de formação continuada para docentes, especialmente em iniciativas com foco no desenvolvimento linguístico de educadores de línguas adicionais.
É importante que a proficiência em Inglês para estudantes do ensino médio seja uma meta para as escolas, já que, além de tudo, a língua tem potencial para promover a inclusão social. É sabido que o Inglês, como lingua franca de estudos, negócios e outros meios, é crucial para ampliar o acesso a novas oportunidades, podendo colaborar para a redução de desigualdades na sociedade.
Desse modo, o conhecimento do idioma é importante não somente para o desenvolvimento cognitivo e de outras habilidades, mas também benéfico partindo do princípio da equidade, se levarmos em conta questões sociais e culturais, como o racismo estrutural.
Sendo assim, um projeto de proficiência em inglês no ensino médio efetivo e equitativo é fundamental para equipar alunos e alunas para lidar com os diferentes contextos e desafios do mundo contemporâneo, usando a linguagem como ferramenta para interagir com a coletividade.

Temas: Professores; Ensino Médio; Ensino de Inglês; Ensino de Línguas; Proficiência linguística

Adaptado de: https://www.inglesnasescolas.org/headline/proficiencia-em-ingles/. Acesso em: 22 ago. 2022. © 2022 British Council. Observatório Ensino da Língua Inglesa. Todos os direitos reservados.

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