Thursday, March 25, 2021

ENGLISH AND BILINGUALISM

10 dicas para aumentar a participação dos alunos nas aulas de Inglês


Márcio Pantoja*
30 de julho de 2020


Muitos professores de Inglês, especialmente os que estão em início de carreira, demonstram certa dificuldade para garantir a participação dos alunos nas aulas. Uma parte dessa angústia se dá pela dificuldade em conseguir equilibrar o Teacher Talking Time (Tempo de Fala do Professor) e o Student Talking Time (Tempo de Fala do Aluno) em sala de aula. Afinal de contas, quem deve falar mais nas aulas de Língua Inglesa: alunos ou professores? Acredito que você concorde que o aluno é quem deve ter mais tempo de fala nas aulas, correto? Mas como nós, professores, podemos garantir o engajamento dos alunos?
No dia a dia das escolas parceiras Edify, os “teachers” são treinados com a nossa mentoria pedagógica, encontrando ferramentas para incentivar esse aspecto a partir do uso de metodologias ativas. Por esse comprometimento diário que temos para garantir o sucesso das aulas de Inglês, convido você a continuar a leitura para verificar as dicas que separei com o intuito de ajudá-lo a torná-las ainda mais centradas nos estudantes, afinal de contas, são eles que estão aprendendo um novo idioma.
Antes de conferirmos as dicas, vamos conhecer algumas características que muitos teachers possuem e que impedem a participação dos alunos nas aulas.

Comportamentos de professores que podem impedir a participação dos alunos:

1. Over-Explainer

O teacher está explicando uma situação que passou e diz “I have missed a flight”. Um aluno pergunta se a frase foi dita no Present Perfect. Ao invés de dizer somente sim, muitos professores tendem a fazer uma miniapresentação sobre o tempo verbal. O tópico pode ser relevante para a pessoa que perguntou, mas e para o restante da turma? Sem contar que, no momento da explicação, o profissional vai aumentar seu tempo de fala desnecessariamente sendo que o tempo verbal nem era o tópico central da aula.

2. Self-Answerer

Muitas vezes o docente está preocupado em obter a resposta que ele simplesmente não dá o tempo necessário para o estudante pensar, processar e responder o que foi solicitado. Portanto, é muito comum que ao ter alguns segundos de silêncio, o educador responda à pergunta que ele mesmo fez, sem dar ao estudante o tempo precioso para responder.

3. Pause-Eater

Pausas são essenciais para facilitar nosso trabalho porque dão tempo aos alunos para processarem as informações, além de nos permitirem olhar para eles e avaliarmos se estão conseguindo acompanhar nossa explicação.

Vimos que essas características privam os alunos de algumas oportunidades importantes de participar mais ativamente nas atividades que preparamos. Sem contar que muitas vezes, a sala de aula, é o único lugar que os alunos têm para praticar (oralmente) o idioma.
De acordo com Scrivener, gestão de sala de aula (Classroom Management) pode ser definida como as habilidades e técnicas necessárias para que o docente crie condições necessárias para que a aprendizagem aconteça. Além disso, podemos incluir aí as intenções, escolhas e ações que o professor faz para potencializar a participação dos alunos nas aulas.

10 dicas para melhorar a participação dos alunos nas aulas de Inglês

Vejamos a seguir 10 dicas para você aprimorar a gestão de sala aula e otimizar as oportunidades para uma maior participação dos alunos nas aulas de Inglês:

1. Give clear, concise, and objective instructions

Com minha experiência enquanto professor e formador de professores, tenho observado que professores gastam muito tempo dando instruções. Assim que terminam de dizer o que precisam, muitos perguntam ‘Did you understand?’, se os aprendizes responderem que não, o que geralmente acontece? O professor repete toda a instrução e o tempo de fala dele aumenta consideravelmente. O que fazer então? Tenha atenção de todos antes de falar; experimente dar as instruções em partes possibilitando ao estudante o tempo para processar a informação e fazer o que foi solicitado; dê instruções simples e adeque a escolha do vocabulário para o nível de sua turma; faça o uso de gestos e mímicas para ajudar na compreensão; demonstre como se faz a atividade.

2. Planning

Planejamento é crucial para qualquer etapa do processo de ensino, mas ainda relacionado às instruções, planeje cuidadosamente tudo o que você pretende falar antes de entrar em sala de aula para que você conduza de maneira lógica e ordenada suas instruções. Você pode escrevê-las no livro didático ou em blocos de papel autoadesivos.

3. Elicitation

Quando os alunos fizerem uma pergunta, tente controlar seu instinto de responder e tente fazer com que outro estudante responda ao questionamento que foi feito. A esse processo de “extrair” a resposta dos aprendizes chamamos de elicitation. Tal técnica empodera seus alunos porque os possibilita pensar e ensinar os demais colegas, sendo uma ótima evidência de que a aprendizagem aconteceu, além de ajudar na redução do seu tempo de fala.

4. Concept Checking Questions (CCQs)

No momento em que teachers acabam de explicar um tópico novo, qual é a pergunta que geralmente fazem? Se você pensou em ‘Do you understand?’ ou ‘Does this make sense?’, você também deve ter pensado na resposta que a maioria dos alunos dá neste momento, correto? É super comum responderem com ‘Yes’, mesmo estando claro para nós que ainda estão com dúvida.
Uma forma de se evitar essas situações ou que você repita toda a explicação e, consequentemente, aumente seu tempo de fala, é fazendo uso de CCQs porque elas são perguntas cujo objetivo é verificar o se os estudantes compreenderam o significado de algo que explicamos.
Por exemplo, se o tópico da aula é Present Continuous e você acabou sua explicação mas não quer perguntar se eles compreenderam, é só escrever a seguinte frase no quadro e lançar mão das CCQs abaixo:

I am watching a movie now.


Quando você faz uso de CCQs, você possibilita aos seus alunos uma experiência mais significativa, pois eles terão de refletir antes de responder fazendo com que participem mais ativamente do processo de aprendizagem estando no centro do processo enquanto protagonistas.

5. Give students time to prepare before speaking out their answers

A habilidade de escutar em uma língua estrangeira como o Inglês requer um grande esforço cognitivo por parte dos aprendizes. O que fazer quando uma pergunta não é respondida imediatamente pelos estudantes? Resista à tentação de dar a resposta. A melhor coisa a se fazer é esperar. Isso mesmo! Lembre-se que seus alunos estão aprendendo um novo idioma. O fato de você não obter a resposta imediata não significa que os estudantes não entenderam ou que a pergunta é difícil. Portanto, eles precisam de um pouco mais de tempo para pensar, refletir, processar e responder o que foi perguntado usando a Língua Inglesa.

6. Pair and Group work

Usar atividades em dupla ou grupos pequenos aumentam consideravelmente a quantidade de produção oral dos alunos. Tais formas de agrupamento permitem que eles trabalhem de maneira autônoma e colaborativa, fazendo com que tomem as próprias decisões, cooperem e negociem para alcançar o objetivo da tarefa, validando assim a máxima de que ‘várias cabeças pensam melhor que uma’.
Trabalhar em dupla ou em grupo ajuda a aumentar a confiança dos aprendizes na medida em que eles compartilham opiniões para confirmar ou não a forma como eles pensam antes de expor os resultados com a turma toda.

7. Ask more open (ended) questions

Se você fizer muitas perguntas que iniciem por um verbo auxiliar – Do, Does, Did, Will, Would, por exemplo, as chances de você receber um ‘Yes’ ou ‘No’ como resposta são enormes porque os estudantes geralmente têm receio de se expor e parecerem “ridículos” na frente de seus colegas. Portanto, quanto mais perguntas abertas (aquelas que começam com What, Where, Who, Why, When, How, How often) você fizer, mais os alunos terão de produzir respostas mais completas e complexas para os questionamentos feitos.

8. Echoing

Echoing é o termo usado para descrever o ato do teacher repetir tudo o que o aluno acabou de dizer, aumentando de maneira desnecessária o seu tempo de fala, sem proporcionar a aprendizagem aos alunos. Ao fazer isso, o professor vai acabar por diminuir a contribuição oral dos aprendizes porque eles podem se acostumar com as repetições do teacher e deixem de fazer comentários acerca do que os colegas falaram.

9. Seating Arrangement

A forma como a sala de aula está arrumada pode impactar tanto positivamente quanto negativamente a performance dos alunos durante a resolução da tarefa. Tal organização tem relação direta com a interação e o comportamento dos alunos. Existem várias maneiras (duplas, cantos rivais, times opostos, círculo, ferradura etc.) de organizarmos as cadeiras e mesas para potencializar a produção dos estudantes de acordo com o propósito da atividade. Não devemos deixar de lado este pequeno grande detalhe na hora de planejar uma atividade. Se a sua sala de aula lhe possibilita fazer essas mudanças na organização física do espaço, aproveite ao máximo as diferentes possibilidades para melhorar sua experiência com o processo de ensino-aprendizagem de seus educandos. Afinal de contas, ensinar também é experimentar e analisar os resultados de tais experimentos.

10. Mistakes are more than welcome

Sabemos que os erros fazem parte do processo de aprendizagem porque são excelentes oportunidades para reflexão e ação. Deixe claro aos seus alunos que a sala de aula é o ambiente em que eles não só podem como devem errar para que todos aprendam com os erros. Encoraje seus alunos a ajudarem você no processo de esclarecimento de um erro. Isso é uma prova concreta de que eles aprenderam porque são capazes de explicar para os colegas.

Espero que você tenha gostado das dicas e que elas possam lhe ajudar a aumentar a participação dos alunos nas aulas, levando o bilinguismo com qualidade às suas turmas.

Referências
  • Harmer, J. The Practice of English Language Teaching. Fourth Edition. Harlow: Pearson Education Limited, 2007.
  • Harmer, J. Essential Teacher Knowledge. Harlow: Pearson Education Limited, 2012.
  • Scrivener, J. Learning Teaching. Macmillan Books for Teachers. Series Editor: Adrian Underhill. Third Edition. London: Macmillan Education, 2011.
  • Scrivener, J. Classroom Management Techniques. Cambridge Handbooks for Language Teachers. Editor Series: Scott Thornbury. Cambridge: Cambridge University Press, 2012.

* Márcio Pantoja - Pós-graduando em Metodologias e Práticas para Educação Bi/Multilíngue (Instituto Singularidades), possui graduação em Letras / Língua Inglesa. Márcio é coordenador pedagógico da Spot Educação. Além de ser professor de Inglês há 15 anos com vasta experiência em diversos contextos, é formador de professores. Possui entre outros, os certificados CAE e CELTA, ambos da Universidade de Cambridge. Foi por duas vezes bolsista CAPES/FULBRIGHT fazendo cursos de desenvolvimento profissional em universidades norte americanas. Foi presidente do BRAZ-TESOL Belém Chapter. Gosta muito de estudar, aprender e desenvolver suas práticas pedagógicas para contribuir com um mundo melhor através do poder transformador da educação. Contato: marcio.pantoja@edifyeducation.com.br. 

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